sábado, 30 de janeiro de 2010

Homenagem à Ely.... 2.


Às vezes é bom quebrar a rotina!

Quando nos dispomos a ouvir... já saímos da rotina.

E eu que achava que já tinha visto e ouvido tudo...

Mas descobri: ele sabe desenhar...


Papel, lápis, ideias...

Ele já desenhava muito da vida em forma de palavras

Agora nem precisa delas pra dizer o que sente

O peso da mão no papel ou na tela...

O turbilhão de sentimentos inspiradores

É o mesmo peso da satisfação

Outrora esquecida

Guardada na gaveta...


Reviver é relembrar...

Ou recordar pra reviver.

Traços e compassos que eu não posso ignorar

Em preto e branco.

Mas coloridos o bastante pra se deixar transportar.

Enriquecer o cotidiano desajeitado

Mudar de rumo simplesmente

Não secou a fonte. Apenas mudou de lugar...

Como as areias do deserto

Vulneráveis ao sopro cruel do vento...

Seu coração soprou em outra direção e agora é o pé e é a mão

Um rosto sem olhos...

Mas com uma riqueza de detalhes

Que tateio sem as mãos...


Não canso de admirar

Não tenho esse dom...

É muito mais que um simples desenhar...

É preciso ser bom.


Eu não nasci pra desenhar

Mas seu dom me inspira e eu escrevo

É o que faço de melhor

Mergulhar no que vejo e imaginar o que está além.

Não pare nunca ou minha inspiração cessará.





Esse é Ely... sempre me surpreendendo.

Numa noite sem intenção... simplesmente num papo bom...

Com uma distância física lamentável, mas com uma compensação: a amizade.


Obs.: um dos seus desenhos tive a audácia de pegar... posso??? rsrsrsrsrs
Amo-te querido amigo...


Minha autoria, Marília Araujo.


sábado, 9 de janeiro de 2010

Desabafos...



Tenho que confessar que eu era feliz

Por vezes enveredo nos meus mais pecaminosos pensamentos

Desde a primeira até a última vaga lembrança

Que ainda tenho dos nossos momentos.


Queria entender de verdade o que foi que aconteceu

Onde a vaidade nos acometeu

Por que era sexo com amor

E hoje é amor sem sexo...


Amor sem nexo.


Saudades daquela vida que eu tinha

Que tinha excitação no olhar

Inquietação no tocar

Amor no beijar.


Hoje só tem espaço para as brigas

Para as faíscas (e não são de amor...)

Intrigas, misérias da alma...


Quando finalmente me corrigi

Venci o meu ciúme

Sento à mesa com sua ex

Sinto que me perdi... e agora foi de vez.


Não agüento mais as tuas grosserias, teus insultos.

Eu só queria viver bem, te ver bem, estar bem

Mas me sinto como muitos

Muitos como eu: com alguém, mas sem ninguém.


Vida vazia, tarde vazia.

Me ponho a pensar e a escrever.

Desabafo com o teclado o que não posso te dizer

Você não iria gostar de ouvir

E outra briga iríamos ter.



Minha triste vida.

Fui eu que escolhi.




Minha autoria, Marília Araujo.



Um encanto do passado...


Compondo linhas como quem tece uma teia

Amanheço e anoiteço lembrando dos anos que eu não vivi

Saudades da minha alma inteira

Mas agora só os farrapos se prendem e pendem de mim...


Esperar a lua brilhar

Observar noites e noites sua lenta mudança

Por que estou sempre a procurar?

Porque já cansei das minhas lembranças...


E você que não volta

Manda recado pela pomba da paz

Só acentua minha revolta

E meu amor não resiste: se desfaz.


Se os amores se confundem em teu peito

Decides quem será eleita tua mulher

Pra esperar-te ou pra “outra” não levo jeito

Não sou eu quem te quer.


Minha piteira queima a teia que teci

Risco e rabisco os versos que escrevi

Saudade apago da memória

Não quero mais ser a parte triste da tua história.




Minha autoria, Marília Araujo.