Se a tv estiver fora do ar
Ela saberá que é madrugada
E que já é hora de sair.
Veste a roupa e vai lutar
Sonha que pode ser amada
Tudo se acaba, já é hora de se despir.
Deixa ele se saciar
Se sente fracassada
Recebe o dinheiro. Já é hora de ir.
Se põe a chorar
Sentada na calçada
Pensa na filha que colocou na cama e fez dormir.
Recobra o fôlego e sem pensar
Volta pra vida estraçalhada
Sem muita pena de si.
Espera o próximo chegar
Recomeça toda a canalhada
E deixa seu pensamento se esvair.
Espera ele pagar
Lambuzada e humilhada
Desiste da vida e decide fugir.
Volta pra casa e se dana a chorar
Acarinha a face da filha deitada
E tem vontade de sumir.
Mas a dignidade portas não abrirá
Cansada
Ela se deixa dormir.
O pão de todo dia ela precisa comprar
A filha não tem culpa de nada
Ela não pode se dar ao luxo de desistir.
E quem é que vai julgar?
Não seria de bom tom ser condenada
Porque precisa a filha suprir.
E que já é hora de sair.
Veste a roupa e vai lutar
Sonha que pode ser amada
Tudo se acaba, já é hora de se despir.
Deixa ele se saciar
Se sente fracassada
Recebe o dinheiro. Já é hora de ir.
Se põe a chorar
Sentada na calçada
Pensa na filha que colocou na cama e fez dormir.
Recobra o fôlego e sem pensar
Volta pra vida estraçalhada
Sem muita pena de si.
Espera o próximo chegar
Recomeça toda a canalhada
E deixa seu pensamento se esvair.
Espera ele pagar
Lambuzada e humilhada
Desiste da vida e decide fugir.
Volta pra casa e se dana a chorar
Acarinha a face da filha deitada
E tem vontade de sumir.
Mas a dignidade portas não abrirá
Cansada
Ela se deixa dormir.
O pão de todo dia ela precisa comprar
A filha não tem culpa de nada
Ela não pode se dar ao luxo de desistir.
E quem é que vai julgar?
Não seria de bom tom ser condenada
Porque precisa a filha suprir.
Marília Araujo.
4 comentários:
Eis um dos poucos exemplos em que a mãe vende corpo para suprir as necessidades de um filho amado que em casa fica, sem saber nem conhecer o mundo que lhe cerca, e que a mãe depende deste mundo para sobreviver.
E ao invés de jogar tal filho nas ruas, em sinais, ou entregue às drogas, se faz o possível e o impossível para dar conta de sua responsabilidade.
Belíssimo texto xará.
parabés!
beijão
É xará.. melhor ela q a filha. É uma prova de amor! Esse texto serve pra dizer que nem sempre quem segue esse caminho teve a oportunidade de seguir outro.
Bjs xará!
e há quem finja não ver isso.
Belíssimo do ponto de vista estético litrário.
Horrível do ponto de vista social.
és talentosa Mari... Muito.
Obrigada ELy.. e tb concordo q é horrível do ponto de vista social. E digo mais, é muito comum nos dias de hj situações assim.. Apenas a sociedade se acostumou a ver e a "desviar" desse tipo de problema. infelizmente.
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